A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que pode ser usado após uma relação sexual desprotegida ou quando o método contraceptivo habitual falhou, como acontece quando o preservativo estoura ou a pílula anticoncepcional foi esquecida.
A pílula do dia seguinte pode ser composta por levonorgestrel ou por acetato de ulipristal, que funcionam atrasando ou inibindo a ovulação. As pílulas contendo levonorgestrel devem ser usadas até 3 dias após a relação sexual, enquanto as pílulas que contêm acetato de ulipristal podem ser usadas até 5 dias após a relação sexual desprotegida.
No entanto, como a eficácia da pílula diminui à medida que os dias passam, é aconselhado tomar a pílula do dia seguinte o mais rápido possível. A pílula do dia seguinte pode ser comprada nas farmácias e não necessita de receita médica.
A pílula do dia seguinte atua inibindo ou adiando a ocorrência da ovulação, diminuindo a chance de fecundação do espermatozoide e ocorrência de gravidez, desde que tomada na primeira fase do ciclo menstrual.
Além disso, a pílula do dia seguinte, quando tomada na segunda fase do ciclo menstrual, que corresponde à fase ovulatória, atua alterando a mobilidade do espermatozoide e do óvulo na tuba uterina, diminuindo o risco de fecundação e posterior implantação no útero. Essa pílula também pode alterar o muco cervical, o que interfere na migração do espermatozoide até a trompa, dificultando o contato entre o espermatozoide e o óvulo.
Apesar disso, a pílula do dia seguinte não tem efeito após a implantação do óvulo fecundado no útero, o que significa que se for tomada muito tempo após a relação, pode não apresentar o efeito desejado.
É recomendado que a pílula do dia seguinte seja tomada o mais rápido possível, preferencialmente dentro de 12 horas ou até no máximo 72 horas depois da relação sexual desprotegida. A pílula do dia seguinte pode ser tomada em qualquer dia do ciclo menstrual, exceto quando já se tem atraso na menstruação, e pode ser ingerida com água ou junto com alimentos.
Em casos de vômito ou diarreia dentro de 3 horas após a ingestão da pílula do dia seguinte, é importante que um outro comprimido seja tomado imediatamente. Caso esteja sendo feito o uso de pílulas anticoncepcionais, não é necessário interromper o uso.
Após o uso da pílula do dia seguinte, é recomendado utilizar a camisinha ou o diafragma até o início da próxima menstruação.
A pílula do dia seguinte deve ser usada em casos de emergência, sempre que existir o risco de uma gravidez indesejada, sendo recomendada nas seguintes situações:
- Relação sexual sem preservativo ou rompimento do preservativo. Confira outros cuidados que se deve ter ao ter relação sexual sem camisinha;
- Esquecimento da toma da pílula contraceptiva regular, especialmente se o esquecimento ocorreu mais do que 1 vez na mesma cartela. Confira, também, os cuidados após esquecer de tomar o anticoncepcional;
- Expulsão do DIU;
- Deslocamento ou retirada do diafragma vaginal antes de tempo;
- Casos de violência sexual.
Para que a gravidez possa ser evitada, a pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rápido possível, após o contato íntimo desprotegido ou falha do método contraceptivo usado regularmente.
Após o uso da pílula do dia seguinte, a mulher pode sentir dor de cabeça, náusea e cansaço, além disso, após alguns dias também poder sentir outros sintomas como:
- Dor nas mamas;
- Dor abdominal;
- Diarréia;
- Vômito;
- Pequeno sangramento vaginal que não está relacionado com a menstruação;
- Atraso da menstruação, que pode surgir 5 a 7 dias depois da data esperada. Se a próxima menstruação atrasar mais de 5 dias, é importante fazer um teste de gravidez.
Estes sintomas estão relacionados aos efeitos colaterais do medicamento e é normal que a menstruação fique desregulada por algum tempo. O ideal é observar estas alterações e se possível anotar na agenda ou no celular as características da menstruação, para poder mostrar ao ginecologista numa consulta. Saiba mais sobre os efeitos colaterais da pílula do dia seguinte.
A pílula do dia seguinte não deve ser tomada por mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez, e nem por mulheres em fase de amamentação. Também é importante ter atenção com quem toma Efavirenz, que é um medicamento capaz de reduzir a eficácia da pílula em até 50%.
Além disso, existem outros fármacos que podem reduzir a eficácia da pílula e que por isso a pílula não deve ser consumida quando a mulher está fazendo tratamento com esses medicamentos, como os barbitúricos, fenitoína, carbamazepina, rifampicina, ritonavir, rifabutina e griseofulvina.
As dúvidas mais comuns sobre a pílula do dia seguinte são:
1. Como saber se a pílula do dia seguinte funcionou?
Para saber se a pílula do dia seguinte funcionou, a menstruação deve descer na data prevista, com um atraso não superior a 7 dias. Caso isso não aconteça, é recomendado a realização de um teste de gravidez, de farmácia ou de sangue, para descartar uma possível gravidez e confirmar que o atraso da menstruação é devido a um efeito colateral da pílula do dia seguinte.
2. Posso engravidar mesmo tomando a pílula do dia seguinte?
Apesar de ser indicada para evitar a gravidez indesejada, a pílula do dia seguinte não é 100% eficaz se for tomada após 72 horas da relação sexual. Mas quando ela é tomada no mesmo dia, é pouco provável que a mulher engravide, no entanto, existe essa possibilidade.
O mais sensato é esperar alguns dias até a vinda da menstruação, e em caso de atraso pode-se fazer um teste de gravidez que se compra na farmácia.
3. Quando a menstruação chega depois de ter tomado a pílula?
Um dos efeitos secundários frequentes da pílula do dia seguinte é atrasar a menstruação, que poderá iniciar de 5 a 7 dias depois da data esperada.
4. Qual a eficácia da pílula do dia seguinte?
De acordo com um estudo desenvolvido em 2011, uma única dose de 1,5 miligramas de levonorgestrel, tomada dentro das 72 horas após a relação sexual desprotegida, evita cerca de 84% das gestações.
5. O que acontece se 2 ou 3 pílulas do dia seguinte forem tomadas em 1 mês?
Caso seja tomada mais de uma pílula do dia de seguinte no mês, é possível haver perda do seu efeito contraceptivo. Além disso, é importante destacar que essa pílula só deve ser utilizada de forma esporádica, ou no máximo 1 vez por mês, pois contém uma dose muito alta de hormônios, podendo causar irregularidades no ciclo menstrual e, por isso, só está indicada para situações de emergência e não como um método contraceptivo frequente.
Caso seja utilizada mais de 2 vezes no mês, a pílula do dia seguinte pode aumentar o risco do surgimento de doenças como trombose, embolia pulmonar, câncer de mama e câncer de útero.
6. Quais são os efeitos secundários da pílula do dia seguinte na menstruação?
Um dos efeitos colaterais da pílula do dia seguinte é a alteração da menstruação. Assim, após tomar a pílula, a menstruação poderá ocorrer até 10 dias antes ou depois da data esperada, mas na maior parte dos casos, a menstruação ocorre na data esperada com uma variação de cerca de 3 dias para mais ou para menos. No entanto, caso o atraso se mantenha, pode-se fazer um teste de gravidez.
7. A pílula do dia seguinte funciona no período fértil?
A pílula do dia seguinte tem efeito em todos os dias do mês, no entanto, esse efeito pode ser menor durante o período fértil, especialmente se já ocorreu ovulação antes de se tomar o comprimido.
Isto acontece porque a pílula do dia seguinte atua inibindo ou atrasando a ovulação e, se ela já tiver ocorrido, a pílula já não vai exercer esse efeito. No entanto, a pílula do dia seguinte também dificulta a passagem do óvulo e do espermatozoide pelas tubas uterinas e dificulta a penetração do espermatozoide no muco cervical, podendo, em alguns casos, impedir a gravidez por este mecanismo.
A pílula do dia seguinte só é eficaz se a ovulação não ocorreu durante os primeiros dias do período fértil. Se a ovulação já ocorreu e há o contato íntimo, é muito provável que ocorra a gravidez.
Veja o vídeo a seguir sobre como calcular o dia fértil:
8. O que acontece se após o uso da pílula do dia seguinte houver relação sexual desprotegida?
Se a pessoa tiver tomado a pílula do dia seguinte como método contraceptivo de emergência e no dia seguinte ter voltado a ter relação sexual desprotegida, há risco de engravidar. Isso acontece devido ao fato dessa pílula não funcionar como um método contraceptivo normal, o que ela faz é inibir ou atrasar a ovulação, o que pode ter ocorrido após o uso da pílula.
O ideal é que a mulher converse com o seu ginecologista e comece a tomar um anticoncepcional. Veja os cuidados que se deve ter caso se tenha contato íntimo sem camisinha.
9. Existe alguma consequência de tomar a pílula do dia seguinte durante a menstruação?
Até o momento não foram registradas consequências do uso da pílula do dia seguinte durante a menstruação.
10. A pílula do dia seguinte aborta? Como funciona?
A pílula do dia seguinte não aborta porque ela pode funcionar de diferentes formas, dependendo da fase do ciclo menstrual em que for utilizada, podendo:
- Inibir ou retardar a ovulação, o que evita a fecundação do óvulo pelo espermatozoide;
- Aumentar a viscosidade do muco vaginal, dificultando a chegada do espermatozoide ao óvulo.
Assim, se já tiver ocorrido ovulação ou se o óvulo já tiver sido fecundado, a pílula não impede o desenvolvimento da gravidez.
11. A pílula do dia seguinte causa infertilidade?
Não existe nenhuma comprovação científica de que o uso esporádico dessa pílula possa causar infertilidade, má formação do feto ou gravidez ectópica.
12. A pílula do dia seguinte altera o funcionamento do anticoncepcional?
Não, por isso a pílula anticoncepcional deve continuar sendo tomada regularmente, no horário habitual, até o final da cartela. Após o fim da cartela deve esperar o início da menstruação e, se a menstruação não acontecer, é recomendado consultar o ginecologista.
13. Se a pílula do dia seguinte for tomada durante a gravidez, há algum risco para o feto?
Não existem registros de que a pílula do dia seguinte tenha efeitos teratogênicos se tomada durante o primeiro trimestre de gravidez, ou seja, que afete o desenvolvimento e o crescimento do feto.
Da mesma forma, acontece se a pílula do dia seguinte falhar e ocorrer uma gravidez, pois sua ingestão foi feita muito antes do feto começar a se desenvolver, que é a fase em que está mais vulnerável.
Conteúdo original publicado por Tua Saúde