A policitemia vera é uma doença rara caracterizada pela proliferação descontrolada de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
O aumento destas células, em especial de glóbulos vermelhos, torna o sangue mais espesso, podendo levar a outras complicações como aumento do baço e aumento da formação de coágulos sanguíneos, aumentando por isso o risco de trombose, ataque cardíaco ou AVC ou mesmo originar outras doenças como leucemia mieloide aguda ou mielofibrose.
Assim, é importante que a policitemia vera seja identificada e tratada rapidamente, o que normalmente envolve a realização de um procedimento chamado de flebotomia e a administração de medicamentos que ajudam a regular o número de células no sangue.
Os principais sintomas da policitemia vera são:
- Aumento da viscosidade do sangue;
- Vertigem;
- Dor de cabeça;
- Aumento da pressão arterial;
- Fraqueza;
- Perda de peso;
- Cansaço;
- Inchaço nas articulações;
- Transpiração excessiva;
- Falta de ar;
- Dormência ou formigamento dos membros.
Além disso, as pessoas com esta doença apresentam muitas vezes coceira generalizada, principalmente após um banho quente, além de alterações visuais e acidentes isquêmicos transitórios.
Possíveis complicações
Em alguns casos, a policitemia vera pode levar à ocorrência de algumas complicações, como:
- Formação de coágulos sanguíneos: o aumento da espessura do sangue e a consequente diminuição do fluxo e alteração no número de plaquetas, pode causar a formação de coágulos sanguíneos, que podem levar a um ataque cardíaco, AVC, embolia pulmonar ou trombose;
- Esplenomegalia: o baço ajuda o corpo a combater infecções e ajuda a eliminar células sanguíneas danificadas. O aumento do número de glóbulos vermelhos ou mesmo de outras células sanguíneas, faz com que o baço tenha que trabalhar mais do que o normal, resultando no aumento do seu tamanho;
- Ocorrência de outras doenças: embora seja raro, a Policitemia Vera pode dar origem a outra doenças mais graves, como mielofibrose, síndrome mielodisplásica ou leucemia aguda. Em alguns casos, a medula óssea pode também desenvolver progressiva fibrose e hipocelularidade.
Dessa forma, na presença de sinais e sintomas possivelmente indicativos de policitemia vera, é indicado que o clínico geral ou hematologista seja consultado para que seja feita uma avaliação e sejam indicados exames que ajudem a confirmar o diagnóstico e, assim, ser possível iniciar o tratamento e prevenir as complicações.
Para confirmar a policitemia vera, o médico normalmente indica a realização de hemograma e de exame molecular para identificar a presença da mutação responsável pela doença. Em alguns casos, pode ser também solicitada a realização da biópsia de medula óssea.
A policitemia vera é uma alteração genética do sangue que acontece devido à mutação no gene JAK2, o que causa problemas na produção de células sanguíneas, resultando no aumento da quantidade de hemácias, plaquetas e glóbulos brancos circulantes. Esta é uma doença rara, que ocorre em cerca de 2 em cada 100.000 pessoas, geralmente com idade superior a 60 anos.
O tratamento indicado pelo médico tem como objetivo reduzir a quantidade das células do sangue estão em excesso, promovendo um maior alívio dos sintomas e prevenindo as complicações. As principais formas de tratamento indicado pelo médico são:
- Flebotomia terapêutica: esta técnica consiste em drenar sangue das veias, que é geralmente a primeira opção de tratamento para pessoas com esta doença. Este procedimento reduz o número de glóbulos vermelhos, reduzindo também o volume de sangue.
- Aspirina: o médico pode receitar aspirina numa dose baixa, entre 100 e 150 mg, para reduzir o risco de formação de coágulos sanguíneos.
- Medicamentos para diminuir as células do sangue: caso a flebotomia não seja suficiente para que o tratamento seja eficaz, pode ser indicado pelo médico o uso de medicamentos que ajudam a diminuir a produção de células sanguíneas na medula óssea e/ ou que estimulam o sistema imune a combater a produção excessiva de células sanguíneas.
Nos casos em que a pessoa apresenta coceira, o médico pode também indicar o uso de anti-histamínicos e/ ou realização de terapia com luz ultravioleta.
Para prevenir complicações, além de ser recomendado seguir o tratamento corretamente, é também importante adotar um estilo de vida mais saudável, praticando exercício físico com regularidade, o que melhora a circulação sanguínea e reduz o risco de formação de coágulos sanguíneos. Deve-se ainda evitar o cigarro, porque aumenta o risco de ocorrência de ataque cardíaco e AVC.
Além disso, deve-se tratar bem a pele, de forma a reduzir a coceira, tomando banho com água tépida, usando um gel de banho suave e um creme hipoalergênico e evitar temperaturas extremas, que podem piorar a circulação sanguínea. Para isso, deve-se evitar a exposição solar em períodos do dia quentes e proteger o corpo da exposição a muito frio.
Conteúdo original publicado por Tua Saúde